fevereiro 27, 2010

Meu amor, é primavera


Por ti, e só por ti apenas, regresso ao
inominável campo dos sentidos
onde as searas desabrocham
em tons de verde-mar em espera.

na planura pressinto o teu estio
ele virá em leves passos perdidos
palavras ditas e reditas nunca gastas
meu amor, que queres, é primavera.

e os pássaros cantam em desalinho
num ensaio de cores de folhas caídas
no teu regaço doce de arminho
e traçam esta estrada de busca
almas de dor despidas 
e o regresso
tão breve 
do amor tecido em
searas e lençóis de linho.
(meu amor, que queres, és primavera.)

A Primavera já chegou apesar do céu encoberto e da chuva que teima em não parar. Mas ela está aí. Sente-se o seu cheiro, o cheiro quente da terra, e os pássaros ensaiam chilreios de amor. Eu sei que ela está aí e com ela o renascer.

fevereiro 24, 2010

The Flying Train

 














Luton, England

fevereiro 20, 2010

Registos de um dia qualquer


fevereiro 18, 2010

Liberty

 Carnaby Street

Dei-me conta, por estes dias, que as minhas filhas congeminavam sobre mim. Apanhei-lhes uns olhares furtivos, uma troca de palavras escondidas em sorrisos, e senti-me o alvo de qualquer comentário entre elas que não procurei saber, mas que entendi como carinhoso.
Dei-me conta que me observam constantemente, tipo, mãe, olha as escadas, mãe, estás bem, mãe... por aí afora.
Tive a certeza, por estes dias, quando teimaram em acompanhar-me ao terminal do comboio que me levaria ao aeroporto e ficaram à espera que ele lá partisse, transportando em segurança a sua preciosa mama. Só faltaram mesmo dois lenços brancos a acenar...
Mal adivinhavam elas que essa preciosidade, que por mero acaso é esta pessoa, se distraiu no dito aeroporto e só quando reparou que faltavam cinco minutos para o avião partir é que decidiu consultar o placard onde piscava, a vermelho, a última chamada para o voo tal, tal, tal.
Há meses que não sabia o que era correr! Quando, finalmente, cheguei à porta do pássaro grande, pedi desculpa, levantei a cabeça e deslizei pelo corredor, passo seguro, sentindo-me observada por todos aqueles que já estavam sentadinhos. Foi um momento alto para a minha auto estima. Por breves minutos, tinha regressado aos palcos. 
Não sei é se as minhas filhas vão achar o mesmo...

fevereiro 17, 2010

Acabadinha de chegar de terras de sua majestade onde passei uns míseros mas belíssimos quatro dias sou confrontada com a informação de que, por ordens superiores, os novos programas de Língua Portuguesa, afinal, vão ficar suspensos até... novas ordens.
As formadoras que têm trabalhado com algumas colegas estão perplexas, o coordenador nacional está perplexo.
Mal tinha acabado de poisar os pés em terra lusa apeteceu-me logo voltar para trás, para aqueles dias cinzentos, chuvosos e frios, onde coisas que acontecem aqui são impensáveis lá, onde tudo pode não ser perfeito, mas onde os políticos têm uma coisa que se chama vergonha na cara e onde a comunicação social não é censurada.
Lembrei-me, entretanto, de uma fotografia que trouxe no meu rol. Estava nas costas de uma porta de um local privadíssimo e, neste momento, não me ocorre partilhar outra que não essa. O momento assim o exige.

fevereiro 11, 2010

Para lá do real

Museu dos Barbadinhos | pormenor

fevereiro 07, 2010

Ainda dá Tempo

Vamos lá bordadeiras! Ainda dá tempo de bordar um...





O meu coração e o teu
Sempre juntos hão-de andar
Nem há nada neste mundo
Que os possa separar

A carta que me mandaste
Em cima da cama a li
Dei um beijo em cada letra
A chorar adormeci

A pena com que te escrevo
Sai-me da palma da mão
A tinta sai-me dos olhos
E a mágoa do coração

Aqui tens meu coração
Mais a chave pró abrir
Não tenho mais que te dar
Nem tu mais que me pedir

Nosso amor
Há-de acabar
Quando esta pomba
Voar.

Coração por coração
Amor não troques o meu
Olha que o meu coração
Sempre foi leal ao teu






Mais informação sobre os "Lenços de Namorados" ou "Lenços de Pedidos" AQUI.

fevereiro 06, 2010

Notícias - Vidigueira

Autarcas reduzem salários em 10%
2010-01-26
T.C.

Os autarcas eleitos e os nomeados da Câmara Municipal de Vidigueira decidiram ontem, segunda-feira, numa medida inédita em Portugal, reduzir em 10% os seus salários, como forma de contribuir para o aumento do vencimento dos funcionários que auferem o salário mínimo nacional.

Anteontem a autarquia tinha tornado pública, outra decisão sem precedentes na vida autárquica, ao aumentar as subvenções de 40 trabalhadores, que tinham de ordenado base 450 euros, passando os mesmos a receber 532 euros.

Ao JN, Manuel Narra, presidente do Executivo municipal, justificou que esta tomada de posição está "dentro do mesmo pacote" e visa sustentar em termos orçamentais a medida aplicada aos trabalhadores, "contribuindo para o equilíbrio orçamental" da edilidade. Lembrando que o aumento salarial, que vai custar 50 mil euros/ano aos cofres da Câmara, o autarca sustentou que a redução dos vencimentos "não chega para cobrir a totalidade da decisão". "Trata-se, porém, de um sinal de que queremos contribuir para combater a crise", salvaguardou.

O autarca da Vidigueira, também vogal do Conselho Directivo da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (AMBAAL), defende que a classe política "deve ser aquela que se posiciona melhor para dar o exemplo". E lança um desafio a outros autarcas e políticos em geral, no sentido de "seguirem o exemplo", dos homens e mulheres da vila alentejana.


Esta notícia chegou-me hoje, por linhas travessas. Não faço comentários, mas lembrei-me de uma conversa que ouvi, um destes dias, no meu local de trabalho.
Duas auxiliares conversavam e comentavam o custo de um qualquer bem mais dispensável. Quarenta euros? - dizia uma - com esse dinheiro como eu a semana toda!
Entenda-se por "eu" duas pessoas.

Mais uma vez, sem comentários.

fevereiro 05, 2010

Plug and Play

Museu dos Barbadinhos, Lisboa

 
 

fevereiro 03, 2010

The Sleeping Beauty

É mesmo assim: a Bela Adormecida encontrou no Jasmim a sua almofada favorita. E o Jasmim deixa. E deixa também que ela lhe lave as orelhas. Não, não é um sinal de submissão. Aliás, ela sabe que apesar de bufar, de mostrar os dentes (tudo fogo de vista), ninguém lhe tem respeito e que quem manda... é mesmo ele.