junho 26, 2011

Tríptico em Portobello


junho 19, 2011

O sentido de ser professor

Retiro, de uma entrevista que Nuno Crato deu a educare.pt, em 2006, o seguinte:

EDUCARE.PT (E.): Na sua opinião, quais são atualmente as questões mais preocupantes na Educação em Portugal?
Nuno Crato (NC): É difícil traçar um quadro sistemático dos problemas da Educação, mas posso adiantar alguns que me parecem muito importantes.
Em primeiro lugar, o abandono escolar, que atinge uma fração muito elevada dos jovens e leva muitos futuros adultos a enfrentar a vida sem o mínimo de qualificações necessárias. É um grande problema económico e social que se está a criar.
Em segundo lugar, a larguíssima percentagem de estudantes que, apesar de se manterem no sistema de ensino e nele progredirem, pouco aprendem e arrastam deficiências básicas a Português, Matemática, História e outras disciplinas cruciais. Em terceiro lugar, a formação, seleção e promoção de professores, que não é feita de forma a privilegiar o conhecimento das matérias, a capacidade pedagógica e o mérito.
Em quarto lugar, o centralismo ministerial que retira às escolas a possibilidade de contratarem os melhores professores, arranjarem soluções adequadas às suas especificidades, etc.
Em quinto lugar, a indisciplina. Enfim, há muitos problemas. Um deles, e é sobretudo sobre esse que se centra o meu livro «Eduquês», são as ideias românticas, dogmáticas, absurdas e, por vezes, de um irracionalismo delirante que muitos teóricos da educação fizeram vingar no discurso educativo.
...
E: Como vê a atuação deste Governo na área do ensino?
NC: Não consigo dar-lhe uma resposta definitiva. Por um lado, vejo uma série de decisões e declarações acertadíssimas, por exemplo, a manutenção de exames a Português e Matemática no 9.º ano, os exames para a entrada na profissão dos candidatos a professores, a formação contínua em Matemática dos professores do 1.º ciclo... Por outro lado, vejo a inacreditável capacidade dos técnicos superiores do Ministério para transformarem em nulas muitas decisões positivas. Veja-se por exemplo a nova proposta de Estatuto da Carreira Docente e leia-se o que se diz sobre a função do professor. Aparece tudo, com toda a linguagem da «gestão de conteúdos programáticos», de «projetos de inovação» e do «trabalho em equipa», menos transmitir conhecimentos. Sendo assim, que sentido tem avaliar professores se a sua tarefa principal deixa de ser ensinar!?

(Gostava imenso de ver crescer aquela luzinha ao fundo do túnel... uma pequenina luz bruxuleante, como disse Jorge de Sena, ainda que assim fosse.)

junho 16, 2011

Onde está o Jasmim?...


junho 11, 2011

Talvez um quadro de Monet

teresa lobato | SL