setembro 15, 2011

Salsa e Alecrim

Talvez uma Península deixa hoje de o ser. Já não era sem tempo.
Algumas vezes me perguntaram o porquê do título; algumas vezes tiraram ilações erradas, até. Como se isso fosse importante. Sempre poderiam ter ido ao dicionário e ver o sinónimo/significado de península. Depois, era só deduzir. Ou então a dificuldade de entendimento estivesse no talvez.



julho 23, 2011


julho 06, 2011

When the moon comes...

digital photo painting | teresa lobato

julho 03, 2011

Sempre a esconder-se...

Jasmim

junho 26, 2011

Tríptico em Portobello


junho 19, 2011

O sentido de ser professor

Retiro, de uma entrevista que Nuno Crato deu a educare.pt, em 2006, o seguinte:

EDUCARE.PT (E.): Na sua opinião, quais são atualmente as questões mais preocupantes na Educação em Portugal?
Nuno Crato (NC): É difícil traçar um quadro sistemático dos problemas da Educação, mas posso adiantar alguns que me parecem muito importantes.
Em primeiro lugar, o abandono escolar, que atinge uma fração muito elevada dos jovens e leva muitos futuros adultos a enfrentar a vida sem o mínimo de qualificações necessárias. É um grande problema económico e social que se está a criar.
Em segundo lugar, a larguíssima percentagem de estudantes que, apesar de se manterem no sistema de ensino e nele progredirem, pouco aprendem e arrastam deficiências básicas a Português, Matemática, História e outras disciplinas cruciais. Em terceiro lugar, a formação, seleção e promoção de professores, que não é feita de forma a privilegiar o conhecimento das matérias, a capacidade pedagógica e o mérito.
Em quarto lugar, o centralismo ministerial que retira às escolas a possibilidade de contratarem os melhores professores, arranjarem soluções adequadas às suas especificidades, etc.
Em quinto lugar, a indisciplina. Enfim, há muitos problemas. Um deles, e é sobretudo sobre esse que se centra o meu livro «Eduquês», são as ideias românticas, dogmáticas, absurdas e, por vezes, de um irracionalismo delirante que muitos teóricos da educação fizeram vingar no discurso educativo.
...
E: Como vê a atuação deste Governo na área do ensino?
NC: Não consigo dar-lhe uma resposta definitiva. Por um lado, vejo uma série de decisões e declarações acertadíssimas, por exemplo, a manutenção de exames a Português e Matemática no 9.º ano, os exames para a entrada na profissão dos candidatos a professores, a formação contínua em Matemática dos professores do 1.º ciclo... Por outro lado, vejo a inacreditável capacidade dos técnicos superiores do Ministério para transformarem em nulas muitas decisões positivas. Veja-se por exemplo a nova proposta de Estatuto da Carreira Docente e leia-se o que se diz sobre a função do professor. Aparece tudo, com toda a linguagem da «gestão de conteúdos programáticos», de «projetos de inovação» e do «trabalho em equipa», menos transmitir conhecimentos. Sendo assim, que sentido tem avaliar professores se a sua tarefa principal deixa de ser ensinar!?

(Gostava imenso de ver crescer aquela luzinha ao fundo do túnel... uma pequenina luz bruxuleante, como disse Jorge de Sena, ainda que assim fosse.)

junho 16, 2011

Onde está o Jasmim?...


junho 11, 2011

Talvez um quadro de Monet

teresa lobato | SL

maio 23, 2011

LOST

lost in the pink forest | TL

maio 02, 2011

Estádio AXA - Braga



fotografias de Teresa Lobato

Estádio AXA - Braga



fotografias de teresa lobato

abril 08, 2011

Rio Sado - o interior desconhecido

abril 01, 2011

far away in the west

fotografia em ambiente digital | TL

março 21, 2011

under the sea foam

março 13, 2011

A Lua da Mati


março 08, 2011

De uma mulher, para todas as mulheres

estás tão bonita hoje. quando digo que nasceram
flores novas na terra do jardim, quero dizer
que estás bonita.

entro na casa, entro no quarto, abro o armário, abro
uma gaveta, abro uma caixa onde está o teu fio
de ouro.

entre os dedos, seguro o teu fino fio de ouro, como
se tocasse a pele do teu pescoço.

há o ceu, a casa, o quarto, e tu estás dentro de mim.

estás tão bonita hoje.

os teus cabelos, a testa, os olhos, o nariz, os lábios.

estás dentro de algo que está dentro de todas as
coisas, a minha voz nomeia-te para descrever
a beleza.

os teus cabelos, a testa, os olhos, o nariz, os lábios.

de encontro ao silêncio, dentro do mundo,
estás tão bonita é aquilo que quero dizer.

José Luís Peixoto

março 01, 2011

Teresa Lobato | Monte da Fraga, Mora

janeiro 15, 2011

In The Company of God

Tive, recentemente, oportunidade de conhecer com mais atenção algumas das fotografias de João Silva. Impossível ficar indiferente. Sensibilidade e precisão, aparente frieza e um olhar atento sobre "aquele" momento, misturam-se e fixam imagens de rara beleza.

Considerado por alguns como o melhor repórter fotográfico de guerra da atualidade, João Silva foi vítima, em outubro de 2010, de um acidente que lhe provocou graves ferimentos, quando seguia um grupo de soldados, no Afeganistão, a serviço do New York Times.

João Silva nasce em Lisboa, em 1966. Ainda jovem vai para Moçambique e mais tarde para a África do Sul, onde integra como fotógrafo profissional, em 1991, o jornal The Star.
O seu trabalho como fotógrafo de guerra começa a chamar a atenção quando faz a cobertura violenta da luta que se seguiu ao fim do apartheid.
Juntamente com Kevin Carter, Ken Oosterbroek (estes já falecidos) e Grey Marinovich forma aquele que ficou conhecido pelo Bang Bang Club. Em parceria com este último publica, em 2005, o livro In The Company of God, publicado na África do Sul e traduzido no Brasil e outros países latino-americanos.
Em Portugal, expõe Pesadelo, numa organização das galerias do Jornal de Notícias e do Diário de Notícias, em 2008, no Porto e em Lisboa.

João Silva encontra-se num hospital, em Washington D.C., a recuperar, com a mesma força de vontade com que, mesmo depois de ferido, continuou a disparar...
Há homens assim.




dezembro 29, 2010

O cheiro da memória

Hoje já não faço árvores de Natal. Guardo-as na memória. Como guardei o cheiro da caixinha de pó-de-arroz que a minha mãe guardava na gaveta de cima da cómoda. Pertença da minha avó, aquele cheiro continha memórias de família de um tempo que não conheci. Era uma herança. E quando a abria todas as coisas boas da minha infância saltavam cá para fora e preenchiam o espaço agora vazio.

As lembranças têm cheiros e têm imagens. Como aquela à luz da noite que acabara de cair, ainda inverno, e um projecto de paixão que não passou de um toque de beijo partilhado na ombreira da porta, o seu primeiro beijo de amor, que se prolongou no tempo por mais de trinta anos. Tinha o sabor da ternura e do mel e do fruto proibido, porque o destino que fazemos assim o quis.

Às vezes o tempo enche-nos com memórias destas que nos confirmam que o próprio tempo não tem tempo e pode acontecer hoje. E somos felizes, à luz da vida, em qualquer lugar do entardecer.

dezembro 23, 2010

... e Paz na Terra aos Homens de boa vontade.


[fotografia em ambiente virtual - MTL]

dezembro 11, 2010

Nas arcadas, a urbe
que ainda dorme.
de nascente chega o oiro
da luz. desperta o relógio
da torre que adianta
os passos dos
transeuntes, pequenos seres
de corda.
Posso beber um café e uma
incerteza: não sei se vá
não sei se fique.
Pura dormência do outono
e do perfume a castanhas
que há-de vir.


Teresa Lobato, inédito