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abril 24, 2010

Instrumentos de sopro - Apresentação

Decorreu na Biblioteca da Escola EB 2,3 de Azeitão, no passado dia 22.
Sobre a obra a autora deste espaço disse:
A poesia de Ruy Ventura é marcada pelo compasso da enxada que lavra a terra. Um compasso binário, ritmado ao som da ondulação de uma seara, talvez seca pelo estio, mas fértil, enquanto nos ofereça os versos em forma de semente, os poemas em forma de espiga, dádiva, mas não gratuita, sofrida. (...)
Poeta da terra, poeta da ceifa, R.V. despreza o recurso a enfeites e concentra-se no essencial: eis aqui este campo que precisa ser lavrado.

Ruy Ventura's poetry is marked by the beat of the hoe to till the land. A binary beat, to the rhythmic sound of the waves of a harvest, perhaps by summer drought, but fertile, while offering us the verses in seed means, the poems in the make of spike, donation, but not free, suffered. (...)
Poet of the soil, poet of reaping, R.V. despises the use of ornaments and focuses on the essential issues: here is this field that needs to be plowed.


 


Teresa Marques, a nossa menina da Teia, também ela escritora e poeta, referiu a importância do estudo das obras na formação curricular dos alunos. Se bem que também se possa considerar o reverso. Uma obra deve ser dissecada? E serviu-se de um belíssimo texto de Rúben Alves para assegurar a sua teoria. No fundo, ler é fazer amor com as palavras. (RA) E quem somos nós para quebrar esse acto sublime esquartejando versos e palavras?
Do autor e da obra saída agora através das Edições Sempre-em-Pé fica este poema:


síntese


guardarei do teu rosto
apenas o nome:
a dor do espinho rasgando a pele
para que nela entre uma palavra
somente uma palavra
gravada na coluna
que sustentava a nossa infância.

o mel e o azeite reúnem-se
entre flores e mantas de musgo.
mesmo no interior da cidade
o pão reveste-nos de sombra
o teu nome reveste-nos de dor
nesta noite em que vigiamos
o forno do alto da mais alta torre.

pouco ficou da viagem:
o rio nutrindo-se da ponte e da figueira,
o teu nome alimentando
o sangue
que guardo neste poema.

...............................................
 synthesis

from your face I will just
preserve the name:
the pain of the thorn tearing the skin
for it a word can come
just one word
printed in the column
that held our childhood.

honey and olive oil rejoin
among flowers and webs of moss.
even within the city
bread takes us from the shadow
your name brazes us from pain
in this night when we watch
the oven from the top of the tallest tower.

little remained of the trip:
the river feeding on the bridge and the fig tree,
feeding your name
the blood
I save within this poem.



(tradução de Teresa Lobato)

abril 15, 2010

Instrumentos de Sopro




Acontece hoje, na Biblioteca da Escola EB 2 e 3 de Azeitão, pelas 19 horas. Instrumentos de Sopro vê, assim, a luz do dia pela primeira vez, numa partilha com a comunidade escolar. 
Não podemos inferir que santos da casa não fazem milagres. A obra poética de Ruy Ventura tem vindo a crescer e a revelar-se como da melhor poesia que se escreve na actualidade. É tão difícil falar dela como das memórias e dos lugares a que ela nos obriga - e  ainda bem - a visitar, tão vastas são as referências a que as palavras do poeta nos reportam.
Assim se concebe a literatura, assim se concebem essas palavras colocadas no sítio certo, no exacto momento em que da sombra nasce a luz.

março 18, 2010

Instrumentos de Sopro


Acaba de ser publicado nas edições Sempre-em-Pé, sediadas em Águas Santas (Maia) e responsáveis pela revista de poesia DiVersos, o novo livro de Ruy Ventura, intitulado Instrumentos de Sopro. Esta colectânea de poesia do autor de Chave de Ignição está integrada na colecção UniVersos, contando com um prefácio do poeta brasileiro C. Ronald e com uma capa criada a partir de um óleo do pintor Nuno de Matos Duarte.

O livro agora publicado nasce da colectânea intitulada El lugar, la imagen, editada em Espanha pela Editora Regional da Extremadura no ano 2006, com tradução para castelhano de Antonio Sáez Delgado. Os poemas aí incluídos fazem agora parte da segunda secção do livro, que surge ladeada por mais dois volantes, um prólogo e um epílogo.


Para ler mais AQUI

Ao amigo Ruy, colega de trabalho, parceiro de uma sinfonia que há-de nascer, os parabéns por mais este "filho", que será, estou certa, mais um digno passo nessas escadas da vida e da poesia, ou da poesia e da vida, tanto fará.