novembro 12, 2009

FIBROMIALGIA - O que é isso?

Enquanto não formos marrecas, não tivermos corcunda, não andarmos de muletas ou numa cadeira de rodas seremos sempre incompreendidos, as nossas dores minimizadas e a nossa sanidade mental posta em causa. Seremos sempre tidos como hipocondríacos e manipuladores que só querem chamar a atenção. Chamem-lhe o que quiserem, senhores doutores, chamem-lhe FIBROMIALGIA ou não, mas, por favor, OUÇAM-NOS!

PORQUE UMA DOR QUE NÃO SE VÊ
NÃO DEIXA DE SER UMA DOR!




O Síndrome de Fibromialgia é o termo médico que define uma condição clínica complexa de causa desconhecida e que é caracterizada por dor músculo-esquelética generalizada acompanhada de um cansaço extremo, perturbações do sono, perturbações cognitivas, entre outros sintomas.


Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a Fibromialgia não é uma doença nova embora só nos últimos 20 anos tivesse este enorme desenvolvimento.
A associação de pontos dolorosos com ‘reumatismo’ foi referida por Balfour (Inglaterra) em 1824 que descreveu pacientes com pontos musculares hipersensíveis à palpação e passíveis de desencadear dor irradiada.


Historicamente a Fibromialgia tem sido apresentada sob vários nomes ao longo dos anos: Fibrosite (1904), Miofibrosite (1929), Síndrome Fibrosítica (1952), Síndrome Fibromiálgica, entre outros; tendo sido adoptado o nome de Fibromialgia apartir de 1981.


Esta foi classificada pela Organização Mundial de Saúde em 1990 com o código M79.0, tendo sido reconhecida em 1992 como uma doença reumática.


As queixas da Fibromialgia podem ser ligeiras ou graves, definindo assim um espectro funcional que vai do mero incómodo até à incapacidade para manter um emprego remunerado, as actividades domésticas ou mesmo para desfrutar o convívio com a família e com os amigos, o que torna a doença heterogénea nas suas manifestações.


Actualmente sabe-se que a Fibromialgia é uma forma de reumatismo associada a uma maior sensibilidade do indivíduo perante um estímulo doloroso. O termo reumatismo pode ser justificado pelo facto da fibromialgia envolver músculos, tendões e ligamentos não envolvendo no entanto as articulações tal como acontece com a Artrite Reumatóide e a Osteoartrite. Apesar da Fibromialgia poder apresentar-se de uma forma extremamente dolorosa e incapacitante, ela não causa deformação.


A Fibromialgia é uma doença comum que atinge homens, mulheres e crianças de todas as etnias e grupos sócio-económicos. Estima-se que sofram de FM entre 2% a 5% da população adulta, dependendo dos países. Da população atingida, entre 80% a 90% serão mulheres entre os 20 e os 50 anos.




A Fibromialgia é por vezes difícil de reconhecer na prática clínica diária o que provavelmente contribui para subestimar a sua frequência. Não existem exames laboratoriais, radiológicos ou outros que confirmem ou excluam a presença de FM. A escassez de sinais objectivos e a ausência de exames auxiliares de diagnóstico específicos, torna as queixas subjectivas dos doentes fundamentais para o diagnóstico. Assim, o diagnóstico é baseado nas queixas do doente, na sua história clínica e no exame físico cuidadoso.


Em 1990 o Colégio Americano de Reumatologia adoptou os seguintes critérios de diagnóstico:


Duração superior a três meses de:


1. Dor generalizada por todo o corpo;
A dor é considerada generalizada quando se verificam: dor do lado esquerdo e do lado direito do corpo, dor acima da cintura e abaixo da cintura e dor no esqueleto axial (coluna cervical ou tórax anterior ou coluna dorsal ou coluna lombar).


2. Dor à palpação digital em 11 de 18 pontos;


E, pelo menos, mais dois dos quatro sintomas seguintes:


1. Fadiga
2. Alterações do sono
3. Perturbações emocionais
4. Dores de cabeça


Apesar de não existirem exames específicos laboratoriais ou radiológicos que permitam diagnosticar a Fibromialgia, esses testes ajudam ao descartar outras doenças com sintomas semelhantes que são também característicos de muitas outras doenças. Estes são também importantes quando definem outro diagnóstico e excluem a Fibromialgia.
A longa lista de afecções que apresentam diagnóstico diferencial com a Fibromialgia e a gravidade e tratamento específico que muitas dessas entidades possuem levam muitos médicos a considerá-la como um ‘diagnóstico de exclusão’.

Texto inserido no site da MYOS.

6 comentários:

O LOBO de....POTT disse...

Mas minha querida,não há nada que não me doa depois da tua explicação..que li até ao fim,apenas por ser tua.
Espero que ainda não estejas marreca.
Mais vale que não te compreendam que apanhes esse raio de doença...
Olha,aproveita e manda-me a Myos para o hospital,JÀ...

bj

Teresa Lobato disse...

Pois, senhor Lobo, eu sou uma doente com fibromialgia, e como alguém dizia "não desejo à gaja que me roubou o moço" uma maleita destas. Tem as suas vantagens: não mata!
Por isso, let life goes on!...

Abraço

tsiwari disse...

Claro que sei desta tua maleita, pois já nos falaras dela há tempos.

Muito esclarecedor o texto e mesmo a imagem.

Mas há alguma relutância na classificação da doença? Por não se ver? E vai daí é como se o doente fosse afectado do iolo, tolinho das doenças ou coisa que tal? É?
Se assim for, é mesmo um desassossego! Já não basta a doença, ainda é necessário andar a convencer os demais de qu se tem tal...


Quanto "à gaja que roubou o moço", a expressão é engraçada... mas moço é coisa que só vai se quiser.

:)***

tsiwari disse...

iolo = miolo

Teresa Lobato disse...

Sim, tsiwari, esta doença ainda não é reconhecida como doença incapacitante na União Europeia. Os E.U.A. apenas a reconheceram há cerca de 8 anos, o que é muito recente em termos médicos.
É verdade, há muitas pessoas que acham que é uma doença do "miolo", e alguns médicos até!
Se andassem uma semana que fosse como nós andamos 365 dias por ano...

Este ano, na minha escola, somos quatro colegas com esta doença, que se agrava no Inverno, com o frio e humidade. Se vamos morrer dela? No way!... Nem pensar!...
Só temos de mudar o nosso estilo de vida, coisa simples, mais nada...(será que percebem a ironia?)
E aprender a viver um dia de cada vez.

Obrigada pela tua atenção, tsiwari, sei que estás sempre presente.

Beijoca!

REFLEXOLOGIA disse...

FIBROMIALGIA:
Sou terapeuta em REFLEXOLOGIA,
pelo IOR, 72 anos de idade com 40 anos dedicados ao estudo e pesquisa do comportamento humano. Tenho atendido vários portadores de FIBROMIALGIA, (DORES NO CORPO COM MUITA INTENSIDADE). Aplicando as técnicas de REFLEXOLOGIA, obtenho ótimo resultados; oferecendo assim uma excelente qualidade de vida aos clientes.
Confira no meu Site: www.djalma.com.br
São Paulo SP ( Metrô Santana) BRASIL.