setembro 06, 2009

Biblioteca Virtual Galega

Escolma

    Vim nas ondas do mar
    os cadaleitos da fame...

    escura flor

    nascida na sombra nocturna
    do cipreste.

    Nada,
    só o outro
    é eterno.

    Nom quero lume de espadas
    no mar mareiro
    nem sonhos bandeiras
    prenhados de terro.

    Ficarei longe dos estadulhos
    dourados dos deuses,
    ali, onde as cantigas
    traem ventura.

    Fiquei
    sozinho à beiramar
    das lembranças

    ...Além
    dos teixos
    e das palavras baleiras.

    Tenso o arco...

    ao pé da fonte
    dos pássaros tristes.



Corral Iglesias


Questiono-me:
até quando ficarão guardadas as memórias?
será que os pássaros as retêm?
e a água da fonte?
lava-as ou leva-as?
deixas-me o arco para quê?
o círculo está fechado.
vou voar.

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