novembro 22, 2010
novembro 19, 2010
A Noite e o Dia
Às vezes queria ser gato... e dormir, dormir, dormir. E quando acordasse ter a minha dona em casa, e ir roçar-me nas suas pernas, e fazer rom-rom, e achar que a vida era assim, uma coisa tão simples, entre um sono... e outro.
novembro 14, 2010
Purificação
Quem quiser pode perder o tempo
numa qualquer ilha em branca cor assumida:
só nos tronos do sul se encontra a luz
(o branco claro da roupa estendida)
um círculo vazio de onde emergem
os sons da terra profunda e fértil.
Quem quiser pode também prosseguir
outros mundos, reinos frágeis onde
se torna impossível sequer tocar os
cálices do vinho doce, espremido pelos
pés cansados. Mansos.
E o cheiro da cinza lavada nas tuas mãos de água.
Dizem-me que era de luz a espada
a espada que o guerreiro ergueu
e que da pedra lavrada
água límpida brotou, não sangue.
Para nos servirmos
para nos banharmos.
Purificados ficarão teus pés.
E a Alma que os circunda.
Teresa Lobato (inédito)
novembro 13, 2010
Gloredel |
Viagem
É o vento que me leva.
O vento lusitano.
É este sopro humano
Universal
Que enfuna a inquietação de Portugal.
É esta fúria de loucura mansa
Que tudo alcança
Sem alcançar.
Que vai de céu em céu,
De mar em mar,
Até nunca chegar.
E esta tentação de me encontrar
Mais rico de amargura
Nas pausas da ventura
De me procurar...
Miguel Torga
novembro 09, 2010
O Poema da minha Vida
Aconteceu no SL mais uma noite de poesia. Por detrás dos avatares as vozes reais. A tentativa de visualizar aquele boneco através dos sons que saíam pelo microfone. Os poemas das nossas vidas. Muitos. A linda espaço do joaoluis e da ana. E alguma paz na inquietação dos dias.
Pássaros Brancos
Quem me dera que fôssemos, amor, pássaros brancos sobre a espuma do mar!
Cansamo-nos da chama do meteoro antes de ele fugir e se extinguir;
E a chama da estrela azul do crepúsculo, suspensa sobre a orla do céu, despertou nos nossos corações , amor,
uma tristeza que não pode morrer
Humedecida de orvalho chega uma lassitude daqueles que sonharam o lírio e a rosa;
Oh, não sonhes com eles, amor, a chama do meteoro que passa, ou a chama da estrela azul
que se detém suspensa na queda do orvalho,
Pois quem me dera que nos tornássemos pássaros brancos sobre a espuma errante: eu e tu!
Estou assombrado por inúmeras ilhas e muitas praias de Danaan
onde o tempo certamente nos esqueceria e a tristeza não mais se aproximaria de nós;
Em breve estaríamos longe da rosa e do lírio e seríamos consumidos pelas chamas,
Se ao menos fôssemos pássaros brancos, amor, flutuando na espuma do mar!
William Butler Yeats
Quem me dera que fôssemos, amor, pássaros brancos sobre a espuma do mar!
Cansamo-nos da chama do meteoro antes de ele fugir e se extinguir;
E a chama da estrela azul do crepúsculo, suspensa sobre a orla do céu, despertou nos nossos corações , amor,
uma tristeza que não pode morrer
Humedecida de orvalho chega uma lassitude daqueles que sonharam o lírio e a rosa;
Oh, não sonhes com eles, amor, a chama do meteoro que passa, ou a chama da estrela azul
que se detém suspensa na queda do orvalho,
Pois quem me dera que nos tornássemos pássaros brancos sobre a espuma errante: eu e tu!
Estou assombrado por inúmeras ilhas e muitas praias de Danaan
onde o tempo certamente nos esqueceria e a tristeza não mais se aproximaria de nós;
Em breve estaríamos longe da rosa e do lírio e seríamos consumidos pelas chamas,
Se ao menos fôssemos pássaros brancos, amor, flutuando na espuma do mar!
William Butler Yeats
Subscrever:
Mensagens (Atom)