Começo a semana com coisas do real.
Recebo o meu vencimento através de uma instituição bancária de nome X, mas a minha conta está numa de nome Y. Logo, há sempre um dia de diferença entre a data em que recebo e aquela em que tenho esse vencimento disponível.
Quando me pagam à sexta-feira só na segunda seguinte é que vejo a cor do meu dinheiro. Isto se não houver um feriado à segunda, ou, na mesma circunstância, à sexta.
Logo, estou dois dias sem saber quem está a usufruir dos meus euros, tudo isto porque esses mesmos dias são considerados inúteis para as instituições bancárias.
O mesmo sucede com milhões de portugueses.
Pergunto: quem usufrui do meu vencimento durante esses dois dias? O banco X ou o Y? Ou essa verba fica em algum sítio chamado limbo, a render por conta dos pecados que terei de pagar quando me encontrar face a face com o criador?
Por acaso alguém me sabe responder? É que eu já fiz esta pergunta ao Banco de Portugal e acreditem: a resposta não me esclareceu...
E eu só quero saber para quem vão os juros de dois dias de um dinheiro que é meu...
Será que, internamente, os bancos também têm dias inúteis?
2 comentários:
Durante esses dois dias o vencimento não se esfuma. É partilhado por X e Y.
Sabia que os depósitos bancários, à ordem ou a prazo (para quem os possa ter)são utilizados durante a noite em operações entre bancos, sem que seja dada qualquer satisfação aos depositantes? Chama-se a isso "over night".
Como disse António Sérgio "O desenvolvimento do capitalismo português, na sua unidade fundamental e na diversidade das suas orientações, não determinou entre nós um alto desenvolvimento das forças produtivas".
Acrescento: pois não, cavou a exploração desenfreada.
Abraço
Agradeço a explicação. Clarificou a questão, em palavras tão simples, que o BP poderia ter utilizado, e não fez.
Não poderia estar mais de acordo consigo, quando comenta António Sérgio. Sem mais comentários...
Abraço
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