A memória não me é totalmente fiel. Recordo parte de um poema, de um transmontano, o Professor e escritor Nelson Vilela, que reza assim:
Não sou daqui.
...
Sou de terras
Onde Deus, sem mar,
Inventou mastros e caravelas
E onde pedras e estrelas dormem à mesma altura.
É de lá que eu sou.
De serras que rios cortam às tiras
E orgulho tenho de nascer assim.
Podem rufar tambores, arraiais e viras,
É de lá que eu sou
Foi de lá que vim.
Não sou transmontana. Sou minhota de nascença e vi criar o Parque Nacional Peneda-Gerês. Vi lobos em liberdade, andei pela neve em caminhos onde o nevoeiro nos comia, passeei por matas onde o céu não se vê, milenares, subi ao pico de serras de onde o olhar se perdia. E pensava, meu Deus, que ordem é esta que cria uma Natureza tão bela? E apetecia ficar ali. Eternamente.
Por isso o meu peito fica apertado com as imagens e notícias sobre os incêndios. E fico sem palavras. Como se as estrelas se afastassem de mim e tornasse impossível tocá-las, como já toquei um dia.
3 comentários:
Eu vi.
Hoje.
Estou triste e revoltado.
Olá, Teresa!
É tão revoltante!
O que estão os soldados a fazer nos quartéis?
Haverá pior inimigo da nação?
Como está a "asa"? melhor? Espero que sim!
Um beijinho
Laur
Entendo-te. A negritude dos ares, envolvendo a paisagem, instala-se na alma...
:)**
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