agosto 06, 2009

Interlúdio

Aquele que profanou o mar

E que traiu o arco azul do tempo

Falou da sua vitória


Disse que tinha ultrapassado a lei

Falou da sua liberdade

Falou de si próprio como de um Messias


Porém eu vi no chão suja e calcada

A transparente anémona dos dias.



(Sophia de Mello Breyner Andresen in “No Tempo Dividido e Mar Novo”, p. 67)

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