Assim se chama este quadro de Vitória Biagiolli que descobri por mero acaso quando procurava uma imagem sobre o tema "pintar". E ainda bem que a descobri. Fiquei fã, tenho de lho dizer.
Eu também estou a pintar mas não é um quadro é uma mesa de cabeceira que aguardava por cuidados há anos e que hoje se sente muito feliz porque o seu dia chegou.
Estou a usar acrílico em pasta mas não gosto desta marca e não me lembro da outra, oh, não, que era em boiões. Continuam os blues e o Graça Moura não me sai da cabeça, o G.M. poeta, entenda-se, que não quero arranjar sarilhos a ninguém! Julgo ser um sinal para retomar alguma leitura sua, o que farei mais logo depois da sesta, oh, yeah.
Faço um intervalo para um café no Inter que está cheio de gente que não é daqui porque hoje é domingo, está calor, e todos querem ir para a praia menos eu. Mas a memória é traiçoeira, ai se é, e leva-me por caminhos sinuosos que não queria retomar agora mas paciência, não há como afugentar este pensar, oh, não, e acabo por ficar blue ao meio-dia de um domingo de verão.
Regresso a casa, não à pintura, mas a este diário de coisas sentidas. Uma catarse semi velada. Uma tentativa de me purgar.
Hoje será domingo?
Será que está mesmo calor lá fora?
Será que estou mesmo a pintar e só fui tomar um café ao Inter?
Poderei apagar o ficheiro de algumas memórias do meu disco rígido?
Que nome dar a esta sensação de vazio quando está tanta gente no supermercado a fazer compras para ir para a praia?
Ah, Vasco, tenho de te reler, oh yeah, e talvez enviar-te, por email, uma lágrima que me turva a visão do que há-de vir.
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