dezembro 31, 2009
dezembro 28, 2009
dezembro 27, 2009
A Idade da Inocência
composição de JET
Eu tinha passado há muito a idade da inocência. Conservava, porém, o meu quadro suspenso na parede, não por cima da lareira, mas no primeiro lance das escadas que conduziam ao primeiro andar. Podia, dessa forma, vislumbrar o movimento dos habitantes que rodopiavam entre as paredes revestidas a estuque, que escorriam humidade nos dias de Inverno, mas que eu não sentia porque já era um quadro na tela não sei de que pintor.
Tinha pedido, suplicado que me deixassem ali ficar. Queria poder coabitar com as fadas e os duendes, com o Pequenu, com a Blondina, embrenhar-me pela floresta de lilazes, onde eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, encontraria um príncipe todo vestido de branco, que entenderia toda a minha inocência e que me diria: vem, serás eternamente uma menina, a minha menina.
À medida que os anos passavam as pessoas que deslizavam pelas escadas iam trazendo notícias do mundo lá fora enquanto eu me mantinha inalterável naquele quadro, apenas retocando o meu cabelo e a boca de rubi com que me haviam pintado, em pinceladas precisas e quentes. Quente era também o meu peito que não se via, para quê, se, na verdade, eu era invisível ao tempo?
Conservo ainda essa tela. Suplico ainda: deixem-me aqui ficar.
Eu tinha, eu tenho a idade da inocência e vejo ao longe uma floresta de lilazes.
dezembro 22, 2009
FELIZ NATAL
Encontrar-nos-emos algum dia, de alguma forma
talvez neste lugar
e aí poderemos renascer
FELIZ NATAL 2009
Nota: fotografias da autora tiradas em ambiente virtual
dezembro 18, 2009
Mais um?...
É verdade! Vem-me da infância esta habituação a tudo quanto é animal. Desde o mais doce gato, ao mais fiel canídeo, ao réptil mais ternurento, não esquecendo aves de rapina feridas e ouriços cacheiros que limpavam o jardim da peste (peste?...) dos caracóis. Tudo o meu pai levava para casa e estendia pelo quintal fora, permitindo-lhes uma liberdade que era reduzida, mas sim, que era uma liberdade considerável, atendendo às dimensões do dito quintal.
A minha mãe resmungava - pudera! - mas lá ia tomando conta da bicharada. E a bicharada adorava a minha mãe, apesar de eu nunca ter visto, alguma vez, que ela fizesse uma festinha fosse a qual fosse.
Segui-lhes os passos, embora condicionada pelo tamanho das casas onde tenho vivido, como é óbvio. Vai daí que neste momento tenho um canário e quatro gatos, com os quais partilho os meus espaços, no maior respeito pela sua individualidade característica, e permitindo que eles me adoptem como o ser humano que acarinham quando lhes apetece.
Ora este cenourinha, nado no recreio da escola onde trabalho, veio ocupar mais um espaço que, curiosamente, lhe parecia estar reservado. Ainda assustado, fugidio, marcado por algumas tropelias dos miúdos menos sensíveis a estas coisas boas da vida, vai reconhecendo o terreno e já foi aceite pela comunidade existente. Deixa que o Jasmim o lave e pouco liga às bufadelas da gata mais esquisita cá da casa, a Nina.
Ainda não tem nome, mas apresento-o hoje, aqui, à sociedade. Não num baile formal, mas no aconchego do ninho que ele já escolheu. Aceitam-se sugestões, não esquecendo que (não sei se isto é verdade ou não), os nomes dos gatos devem ter um "i". Vá-se lá saber porquê!
Para já ainda só lhe disse: bem-vindo, meu cenourinha!
dezembro 12, 2009
Hoje acordei assim...
I need love, love
ooh, ease my mind
And I need to find time
someone to call mine;
My mama said
You can't hurry love
No, you'll just have to wait
She said love don't come easy
But it's a game of give and take
You can't hurry love
No, you'll just have to wait
Just trust in a good time
No matter how long it takes
How many heartaches must I stand
Before I find the love to let me live again
Right now the only thing that keeps me hanging on
when I feel my strength, ooh, it's almost gone
I remember mama said
You can't hurry love
No you'll just have to wait
She said love don't come easy
It's a game of give and take
How long must I wait
How much more must I take
Before loneliness
Will cause my heart, heart to break
No, I cant bear to live my life alone
I grow impatient for a love to call my own
But when I feel that I, I can't go on
Well these precious words keep me hanging on
I remember mama said
You can't hurry love
No, you'll just have to wait
She said love don't come easy
Well, it's a game of give and take
You can't hurry love
No, you'll just have to wait
Just trust in a good time
No matter how long it takes, now break!
Now love, love don't come easy
But I keep on waiting
Anticipating for that soft voice
To talk to me at night
For some tender arms
hold me tight
I keep waiting
Ooh, till that day
But it ain't easy (Love don't come easy)
No, you know it ain't easy
My mama said
You can't hurry love
No, you'll just have to wait
She said love don't come easy
It's a game of give and take...
Depois pensei...
nunca fui de me arrepender do que quer que tenha feito, mas hoje acordei assim, e a verdade é que já me arrependi de não ter feito algumas coisas na vida.
Mas, quando isso acontece, será que significa que a atitude tomada não foi a correcta? Nem por isso.
Depois pensei...
isto é demais para a minha cabeça, num sábado de manhã. E saí para a rua.
Yeah, mama, love don't come easy!...
dezembro 06, 2009
Um cabo para o mar
Sempre fora revisitado nos momentos menos previstos. Vamos ao cabo? e já lá estávamos. Nuvens e vento. Não sei porquê lembrou-me um filme do farwest, aquelas cidades que só eram cidades porque tinham uma bomba de gasolina - agora fechada -, fantasmas aos pulos por entre a areia que andava no ar e o mar ali, sempre ali.
As janelas agora fechadas não apagam a memória das cortinas rasgadas, imensas de pó, e eu ali, imóvel a olhá-las, como se quisesse entender os segredos das vidas que ali viveram, faz tanto tempo. E o mar, sempre o mar. E eu, e nós, e um barco ao longe onde seguimos viagem sem rumo. Como a poeira do vento sul, destino de quem espera, tão só, um abraço entre as colunas.
Fica. Promessas de um dia mais claro.
dezembro 03, 2009
dezembro 01, 2009
novembro 30, 2009
Where Christmas Gifts Are Born
Whish we were there
above all the blue clouds
picking up
the smallest
gift:
a path
to happiness.
So simple.
So close.
novembro 26, 2009
Pergunto
encontrar agora
que te direi? Que boca será esta
para se abrir no fogo das
palavras que te dei?
Será que vais também parar
no tempo onde me tens
para que chegue a ti na estrada
que pisei? Olha-me bem nos
olhos claros e limpos do
dia que amanhece, tão soltos
no rio que entre nós escorre
sereno e quente como a tua voz
e dá-me esse amanho todo
- a tua dolorosa alegria -
para que eu possa enfim
(desesperadamente enfim)
amar o corpo que tão só guardei.
novembro 22, 2009
Passam lentos, os dias
As suas fotografias são como ele: pés de algodão, onde o "eu" nos chama para dentro de nós, pese o mundo que nos rodeia.
Ah, Londres, sweet Londres, anseio por te rever.
Ainda bem.
novembro 18, 2009
novembro 16, 2009
Hoje deu-me para isto...
Tenho de repensar a minha vida,
disse-me, e acrescentou:
ser-se feliz é não ter esperança.
Lembrei-lhe o sol e o mar
que hoje vejo sozinho aqui na praia
e respondi não há quem viva assim,
ainda que a esperança não exista.
Mas vi-a olhar o céu,
dizendo que sorte é termos a Lua
- rege-nos as marés e o corpo -,
e que amava o seu rosto claro,
um espelho de luz na noite
onde se olhava já sem sonhos.
Nem suspeitou ser isso a esperança,
a lua e os espelhos sem mais nada,
a música que ouvíramos
e o mar além, atrás das dunas.
Nuno Dempster, in Dispersão
ed.Sempre-em-Pé, 2008
nota: chegado por mãos de José Matias Alves
disse-me, e acrescentou:
ser-se feliz é não ter esperança.
Lembrei-lhe o sol e o mar
que hoje vejo sozinho aqui na praia
e respondi não há quem viva assim,
ainda que a esperança não exista.
Mas vi-a olhar o céu,
dizendo que sorte é termos a Lua
- rege-nos as marés e o corpo -,
e que amava o seu rosto claro,
um espelho de luz na noite
onde se olhava já sem sonhos.
Nem suspeitou ser isso a esperança,
a lua e os espelhos sem mais nada,
a música que ouvíramos
e o mar além, atrás das dunas.
Nuno Dempster, in Dispersão
ed.Sempre-em-Pé, 2008
nota: chegado por mãos de José Matias Alves
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Soneto de Véspera
Quando chegares e eu te vir chorando
De tanto te esperar, que te direi?
E da angústia de amar-te, te esperando
Reencontrada, como te amarei?
Que beijo teu de lágrimas terei
Para esquecer o que vivi lembrando
E que farei da antiga mágoa quando
Não puder te dizer por que chorei?
Como ocultar a sombra em mim suspensa
Pelo martírio da memória imensa
Que a distância criou – fria de vida
Imagem tua que eu compus serena
Atenta ao meu apelo e à minha pena
E que quisera nunca mais perdida...
De tanto te esperar, que te direi?
E da angústia de amar-te, te esperando
Reencontrada, como te amarei?
Que beijo teu de lágrimas terei
Para esquecer o que vivi lembrando
E que farei da antiga mágoa quando
Não puder te dizer por que chorei?
Como ocultar a sombra em mim suspensa
Pelo martírio da memória imensa
Que a distância criou – fria de vida
Imagem tua que eu compus serena
Atenta ao meu apelo e à minha pena
E que quisera nunca mais perdida...
Vinicius de Moraes
novembro 12, 2009
FIBROMIALGIA - O que é isso?
Enquanto não formos marrecas, não tivermos corcunda, não andarmos de muletas ou numa cadeira de rodas seremos sempre incompreendidos, as nossas dores minimizadas e a nossa sanidade mental posta em causa. Seremos sempre tidos como hipocondríacos e manipuladores que só querem chamar a atenção. Chamem-lhe o que quiserem, senhores doutores, chamem-lhe FIBROMIALGIA ou não, mas, por favor, OUÇAM-NOS!
PORQUE UMA DOR QUE NÃO SE VÊ
NÃO DEIXA DE SER UMA DOR!
O Síndrome de Fibromialgia é o termo médico que define uma condição clínica complexa de causa desconhecida e que é caracterizada por dor músculo-esquelética generalizada acompanhada de um cansaço extremo, perturbações do sono, perturbações cognitivas, entre outros sintomas.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a Fibromialgia não é uma doença nova embora só nos últimos 20 anos tivesse este enorme desenvolvimento.
A associação de pontos dolorosos com ‘reumatismo’ foi referida por Balfour (Inglaterra) em 1824 que descreveu pacientes com pontos musculares hipersensíveis à palpação e passíveis de desencadear dor irradiada.
Historicamente a Fibromialgia tem sido apresentada sob vários nomes ao longo dos anos: Fibrosite (1904), Miofibrosite (1929), Síndrome Fibrosítica (1952), Síndrome Fibromiálgica, entre outros; tendo sido adoptado o nome de Fibromialgia apartir de 1981.
Esta foi classificada pela Organização Mundial de Saúde em 1990 com o código M79.0, tendo sido reconhecida em 1992 como uma doença reumática.
As queixas da Fibromialgia podem ser ligeiras ou graves, definindo assim um espectro funcional que vai do mero incómodo até à incapacidade para manter um emprego remunerado, as actividades domésticas ou mesmo para desfrutar o convívio com a família e com os amigos, o que torna a doença heterogénea nas suas manifestações.
Actualmente sabe-se que a Fibromialgia é uma forma de reumatismo associada a uma maior sensibilidade do indivíduo perante um estímulo doloroso. O termo reumatismo pode ser justificado pelo facto da fibromialgia envolver músculos, tendões e ligamentos não envolvendo no entanto as articulações tal como acontece com a Artrite Reumatóide e a Osteoartrite. Apesar da Fibromialgia poder apresentar-se de uma forma extremamente dolorosa e incapacitante, ela não causa deformação.
A Fibromialgia é uma doença comum que atinge homens, mulheres e crianças de todas as etnias e grupos sócio-económicos. Estima-se que sofram de FM entre 2% a 5% da população adulta, dependendo dos países. Da população atingida, entre 80% a 90% serão mulheres entre os 20 e os 50 anos.
A Fibromialgia é por vezes difícil de reconhecer na prática clínica diária o que provavelmente contribui para subestimar a sua frequência. Não existem exames laboratoriais, radiológicos ou outros que confirmem ou excluam a presença de FM. A escassez de sinais objectivos e a ausência de exames auxiliares de diagnóstico específicos, torna as queixas subjectivas dos doentes fundamentais para o diagnóstico. Assim, o diagnóstico é baseado nas queixas do doente, na sua história clínica e no exame físico cuidadoso.
Em 1990 o Colégio Americano de Reumatologia adoptou os seguintes critérios de diagnóstico:
Duração superior a três meses de:
1. Dor generalizada por todo o corpo;
A dor é considerada generalizada quando se verificam: dor do lado esquerdo e do lado direito do corpo, dor acima da cintura e abaixo da cintura e dor no esqueleto axial (coluna cervical ou tórax anterior ou coluna dorsal ou coluna lombar).
2. Dor à palpação digital em 11 de 18 pontos;
E, pelo menos, mais dois dos quatro sintomas seguintes:
1. Fadiga
2. Alterações do sono
3. Perturbações emocionais
4. Dores de cabeça
Apesar de não existirem exames específicos laboratoriais ou radiológicos que permitam diagnosticar a Fibromialgia, esses testes ajudam ao descartar outras doenças com sintomas semelhantes que são também característicos de muitas outras doenças. Estes são também importantes quando definem outro diagnóstico e excluem a Fibromialgia.
A longa lista de afecções que apresentam diagnóstico diferencial com a Fibromialgia e a gravidade e tratamento específico que muitas dessas entidades possuem levam muitos médicos a considerá-la como um ‘diagnóstico de exclusão’.
Texto inserido no site da MYOS.
novembro 08, 2009
Ainda do Metaverso
Hoje à noite há festa medieval no sim que lembra o início da Portugalidade.
Um espaço de role play que vale a pena ser visitado.
Eu já estou pronta! Amanhã dou novidades!
Do Meta Verso
A Utopia, o maior espaço português no Second Life, comemorou ontem o seu
2º aniversário. Começámos no clube da Sam e do Uk - o Seagull - e quem quis pôde banhar-se nesta enorme taça de champanhe. Fantástica, a sensação! Com uma vantagem:
a bebida no SL não embriaga, o que significa que podemos conduzir, na vida real,
logo a seguir...
Fomos ver as Phoenix Embess Showcats.
Alta performance. Parabéns pela escolha aos organizadores.
Depois foi a vez do Lance que nos encantou com o seu estilo rockeiro e uma voz
que vale a pena escutar. É só dançar, pessoal!
E parabéns ao Rocky e à Nyne pelo trabalho que têm desenvolvido
juntamente com tantos outros avatares.
Não sei a que horas acabou a festa. Eu cá fui-me deitar muito antes.
E adormeci. Sonhos reais, que bem real é esta vida. A que tenho.
novembro 03, 2009
Foi um Momento
Foi um momento
O em que pousaste
Sobre o meu braço,
Num movimento
Mais de cansaço
Que pensamento,
A tua mão
E a retiraste.
Senti ou não ?
Não sei. Mas lembro
E sinto ainda
Qualquer memória
Fixa e corpórea
Onde pousaste
A mão que teve
Qualquer sentido
Incompreendido.
Mas tão de leve!...
Tudo isto é nada,
Mas numa estrada
Como é a vida
Há muita coisa incompreendida...
Sei eu se quando
A tua mão
Senti pousando
Sobre o meu braço,
E um pouco, um pouco,
No coração,
Não houve um ritmo
Novo no espaço?
Como se tu,
Sem o querer,
Em mim tocasses
Para dizer
Qualquer mistério,
Súbito e etéreo,
Que nem soubesses
Que tinha que ser
Assim a brisa
Nos ramos diz
Sem o saber
Uma imprecisa
Coisa feliz.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Foi um momento
O em que pousaste
Sobre o meu braço,
Num movimento
Mais de cansaço
Que pensamento,
A tua mão
E a retiraste.
Senti ou não ?
Não sei. Mas lembro
E sinto ainda
Qualquer memória
Fixa e corpórea
Onde pousaste
A mão que teve
Qualquer sentido
Incompreendido.
Mas tão de leve!...
Tudo isto é nada,
Mas numa estrada
Como é a vida
Há muita coisa incompreendida...
Sei eu se quando
A tua mão
Senti pousando
Sobre o meu braço,
E um pouco, um pouco,
No coração,
Não houve um ritmo
Novo no espaço?
Como se tu,
Sem o querer,
Em mim tocasses
Para dizer
Qualquer mistério,
Súbito e etéreo,
Que nem soubesses
Que tinha que ser
Assim a brisa
Nos ramos diz
Sem o saber
Uma imprecisa
Coisa feliz.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
outubro 31, 2009
Há pais assim...
Há alunos que, tendo iniciado as aulas em meados de Setembro, ainda não interiorizaram as normas de conduta mínimas exigidas para que as salas de aula sejam um espaço de aprendizagem agradável, quer para alunos quer para os professores.
Vai daí, um colega meu mandou um aluno seu escrever cinco vezes a regra que ele tinha infringido. Não está em causa o método, se correcto ou não. Está em causa o recado, da encarregada de educação e mãe, escrito na caderneta e dirigido ao meu colega. Entre outras coisas, que revelavam a indignação perante tal "castigo", acrescentava que o seu filho não estava numa ditadura.
- Pois não, comenta o meu colega connosco. Nem numa anarquia.
outubro 25, 2009
outubro 23, 2009
AMBIENTE
Que significa o número 350?
350 é o número mais importante do mundo – é aquilo que os cientistas consideram ser o limite máximo de segurança para a concentração de dióxido de carbono na atmosfera.
ACÇÕES PERTO DE MIM
COMO PARTICIPAR
outubro 20, 2009
Si tú...
Si tú y yo, Teresa mía, nunca
nos hubiéramos visto,
nos hubiéramos muerto sin saberlo:
no habríamos vivido.
Tu sabes que morirse, vida mía,
pero tienes sentido
de que vives en mí, y viva aguardas
que a ti torne yo vivo.
Miguel de Unamuno
nos hubiéramos visto,
nos hubiéramos muerto sin saberlo:
no habríamos vivido.
Tu sabes que morirse, vida mía,
pero tienes sentido
de que vives en mí, y viva aguardas
que a ti torne yo vivo.
Miguel de Unamuno
outubro 19, 2009
outubro 08, 2009
VIRTUALIDADES
EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA
SECOND LIFE - POTUCALIS - LARGO DAS FLORES
reViriato Merlin
MONSARAZ
Vila localizada na parte sudoeste de Portugal, a cerca de 50 km de Évora, conserva tradições ancestrais, e oferece a quem a visita novas opções de lazer.
Inserida numa das zonas mais áridas do Alentejo, a Vila beneficia agora de uma paisagem e de um ambiente renovado pelas águas “presas”do rio Guadiana, quase lhe lambendo os pés a refresca-la, tornando assim simultaneamente povoações, que antes penavam com a seca, serem hoje chamadas de “aldeias ribeirinhas”, com direito a cais, ancoradouro e desportos náuticos inclusive.
Monsaraz vê-se agora reflectida num enorme lago que evoca a lenda de Nossa Senhora da Lagoa, sua santa padroeira.
Entre muralhas e torreões de um castanho avermelhado, a vila com o seu casario secularmente branco, estende-se ao longo de antigas e estreitas ruelas, conservando a mesma beleza contrastante de sempre, indiferente ao passar do tempo, acentuando contrastes.
Pelas ameias vislumbram-se paisagens largas a perderem-se nos horizontes com a planície a espreguiçar-se, abraçando a sul, um dos maiores lagos artificiais da Europa.
Inaugurada em 2002 a barragem do Alqueva alterou decisivamente o mapa geográfico da região, avistando-se ao fundo, a enorme massa de água onde outrora milhares de hectares de terra desde sempre marcada pela escassez de água, ficaram submergidos com a subida do nível do rio Guadiana, que marca a fronteira de Portugal com Espanha.
A concentração de monumentos da fase megalítica na região é uma das maiores da Europa, característica que valoriza o património cultural, histórico e ambiental da Vila
Imensos vinhais ao lado de olivais milenares, aonde coabitam também belas e antigas casas dedicadas ao turismo de habitação rural, paredes meias com outra antiga ermita Templária, poupada à aquática invasão.
Recomenda-se uma atempada visita.
A.Fazendeiro
INAUGURAÇÃO
SEXTA-FEIRA, 22H00 MG
outubro 05, 2009
Incomodo?...
Estava eu, melhor dizendo, o meu avatar, a dançar, um dia destes, nesse mundo que muita gente ainda não compreende que se chama Second Life, com esta roupinha que podem ver, quando o meu par me questiona:
- Desculpa, não me leves a mal, mas queria pedir-te uma coisa.
- Diz..., retorqui curiosa.
- Queria pedir-te para mudares de blusa porque não gosto de ver as mamas...
Fiquei uns segundos estupefacta. Era a primeira vez, em dois anos e meio de SL, que me acontecia uma cena destas. Ainda julguei que ele (?) tivesse visão de raios X... Então retorqui serenamente (isto quer dizer, a teclar devagar):
- O que vês quando olhas para mim, não sou eu, são milhões de pixels. É o meu avatar. E assiste-me o direito de o vestir como quiser. Por isso, obrigada por esta dança.
E retirei-me.
Como me retiro, quando percebo que o meu avatar incomoda por alguma razão.
Afinal, eu até podia ser um homem...
- Desculpa, não me leves a mal, mas queria pedir-te uma coisa.
- Diz..., retorqui curiosa.
- Queria pedir-te para mudares de blusa porque não gosto de ver as mamas...
Fiquei uns segundos estupefacta. Era a primeira vez, em dois anos e meio de SL, que me acontecia uma cena destas. Ainda julguei que ele (?) tivesse visão de raios X... Então retorqui serenamente (isto quer dizer, a teclar devagar):
- O que vês quando olhas para mim, não sou eu, são milhões de pixels. É o meu avatar. E assiste-me o direito de o vestir como quiser. Por isso, obrigada por esta dança.
E retirei-me.
Como me retiro, quando percebo que o meu avatar incomoda por alguma razão.
Afinal, eu até podia ser um homem...
setembro 23, 2009
Poema Melancólico a não sei que Mulher
Dei-te os dias, as horas e os minutos
Destes anos de vida que passaram;
Nos meus versos ficaram
Imagens que são máscaras anónimas
Do teu rosto proibido;
A fome insatisfeita que senti
Era de ti,
Fome do instinto que não foi ouvido.
Agora retrocedo, leio os versos,
Conto as desilusões no rol do coração,
Recordo o pesadelo dos desejos,
Olho o deserto humano desolado,
E pergunto porquê, por que razão
Nas dunas do teu peito o vento passa
Sem tropeçar na graça
Do mais leve sinal da minha mão...
Miguel Torga, in 'Diário VII'
Dei-te os dias, as horas e os minutos
Destes anos de vida que passaram;
Nos meus versos ficaram
Imagens que são máscaras anónimas
Do teu rosto proibido;
A fome insatisfeita que senti
Era de ti,
Fome do instinto que não foi ouvido.
Agora retrocedo, leio os versos,
Conto as desilusões no rol do coração,
Recordo o pesadelo dos desejos,
Olho o deserto humano desolado,
E pergunto porquê, por que razão
Nas dunas do teu peito o vento passa
Sem tropeçar na graça
Do mais leve sinal da minha mão...
Miguel Torga, in 'Diário VII'
setembro 16, 2009
Por Estrear
(um gostinho para adoçar a boca lá para dia 20 deste mês)
Just Breathe Lyrics from the Pearl Jam Album: Backspacer
Yes, I understand that every life must end, uh-huh
As we sit alone, I know someday we must go, uh-huh
Oh I'm a lucky man, to count on both hands the ones I love
Some folks just have one, yeah, others, they've got none
Stay with me...
Let's just breathe...
Practiced all my sins, never gonna let me win, uh-huh
Under everything, just another human being, uh-huh
I don't wanna hurt, there's so much in this world to make me believe
Stay with me
You're all I see...
Did I say that I need you?
Did I say that I want you?
Oh, if I didn't I'm a fool you see
No one knows this more than me
As I come clean...
I wonder everyday, as I look upon your face, uh-huh
Everything you gave
And nothing you would save, oh no
Nothing you would take
Everything you gave...
Did I say that I need you?
Oh, did I say that I want you?
Oh, if I didn't I'm a fool you see
No one knows this more than me
And I come clean, ah...
Nothing you would take
Everything you gave
Hold me til I die
Meet you on the other side...
setembro 12, 2009
Roseira Brava
... e tenham um bom fds (leia-se "fim-de-semana")
Ah, é verdade, as minhas "Cartas de Amor" já chegaram. E como recompensa de tão longa espera tive direito a portes grátis e a correio expresso! Uma gentileza da FNAC de Almada.
Poderei agora deleitar-me:
- Procurei por um dominador.
- Mas não te domino eu? - interroga Duncan.
- Não - respondeu ela. - Porque tu amas-me.
Um homem que domina é um homem que não ama. Tem uma tremenda vitalidade animal, uma força, capaz de conquistar. É um conquistador, as pessoas submetem-se-lhe, mas ele não ama ou compreende.
(p.23)
Ofereceram-me uma rosa escrita; não a de Hiroxima, que não era escrita, mas uma rosa que saiu do silêncio da noite. Não é dominadora, a rosa.
Gostei. É mesmo assim.
Continuo a devorar o livro. Não era isso que eu queria?
setembro 07, 2009
Sixpence None the Richer - Kiss Me (Sims 2)
A pedido de vários ouvintes apaixonados, que dedicam aos seus respectivos pares.
Kiss me out of the bearded barley
Nightly, beside the green, green grass
Swing, swing, swing the spinning step
You wear those shoes and I will wear that dress.
[Chorus:]
Oh, kiss me beneath the milky twilight
Lead me out on the moonlit floor
Lift your open hand
Strike up the band and make the fireflies dance
Silver moon's sparkling
So kiss me
Kiss me down by the broken tree house
Swing me upon its hanging tire
Bring, bring, bring your flowered hat
We'll take the trail marked on your father's map
Kiss me out of the bearded barley
Nightly, beside the green, green grass
Swing, swing, swing the spinning step
You wear those shoes and I will wear that dress.
[Chorus:]
Oh, kiss me beneath the milky twilight
Lead me out on the moonlit floor
Lift your open hand
Strike up the band and make the fireflies dance
Silver moon's sparkling
So kiss me
Kiss me down by the broken tree house
Swing me upon its hanging tire
Bring, bring, bring your flowered hat
We'll take the trail marked on your father's map
setembro 06, 2009
Biblioteca Virtual Galega
Escolma
Vim nas ondas do mar
os cadaleitos da fame...
escura flor
nascida na sombra nocturna
do cipreste.
Nada,
só o outro
é eterno.
Nom quero lume de espadas
no mar mareiro
nem sonhos bandeiras
prenhados de terro.
Ficarei longe dos estadulhos
dourados dos deuses,
ali, onde as cantigas
traem ventura.
Fiquei
sozinho à beiramar
das lembranças
...Além
dos teixos
e das palavras baleiras.
Tenso o arco...
ao pé da fonte
dos pássaros tristes.
Corral Iglesias
Questiono-me:
até quando ficarão guardadas as memórias?
será que os pássaros as retêm?
e a água da fonte?
lava-as ou leva-as?
deixas-me o arco para quê?
o círculo está fechado.
vou voar.
Vim nas ondas do mar
os cadaleitos da fame...
escura flor
nascida na sombra nocturna
do cipreste.
Nada,
só o outro
é eterno.
Nom quero lume de espadas
no mar mareiro
nem sonhos bandeiras
prenhados de terro.
Ficarei longe dos estadulhos
dourados dos deuses,
ali, onde as cantigas
traem ventura.
Fiquei
sozinho à beiramar
das lembranças
...Além
dos teixos
e das palavras baleiras.
Tenso o arco...
ao pé da fonte
dos pássaros tristes.
Corral Iglesias
Questiono-me:
até quando ficarão guardadas as memórias?
será que os pássaros as retêm?
e a água da fonte?
lava-as ou leva-as?
deixas-me o arco para quê?
o círculo está fechado.
vou voar.
setembro 02, 2009
Cartas de Amor
Estão "em trânsito" as minhas "Cartas de Amor de Henry Miller para Anais Nin".
Passo a explicar.
Encomendei a obra a 5 de Agosto, via net, na Worten, solicitando o seu envio para a loja X, no Norte, já que me encontrava ali de férias. Entretanto, indo à Worten dessa localidade, tomei conhecimento que o livro não chegaria a tempo para que o trouxesse comigo e dele aproveitasse a leitura durante a viagem de regresso. Assim, pedi que mo enviassem para a loja Y, mais perto da minha residência.
Quando ontem ia, feliz da vida, reclamar a minha encomenda, e após consulta ao sistema, sou informada que o meu livro, sim, tinha sido expedido dos armazéns online dia 7 de Agosto, e que eatava "em trânsito", nao podendo prever a sua chegada.
Primeiro nem quis acreditar: tinha esperado quase um mês para ler ansiosamente estas cartas de amor e voltava de mãos vazias? Depois lembrei-me que o meu país é Portugal e a estupfacção passou. Mas fiquei triste, ah, fiquei.
Por onde andará agora o meu livro? Estará já a caminho do sul? Será que, nestas delongas, já foi lido por algum curioso apaixonado que julgou ter encontrado uma maneira fácil de se declarar mais romanticamente à sua apaixonada? Ou vice-versa?
Será que se perdeu no nevoeiro do caminho? Será que ficou esquecido a um canto do camião que o transporta, tão pequeno e insignificante que parece ser?
Desespero pelo meu livro. Quero, exijo ler as "Cartas de Amor de Henry Miller para Anais Nin" antes que o Amor acabe. Em teu nome, EFE, que tens provado, tão longe e tão perto, como podemos ser livres dentro de quatro paredes, fechados apenas sobre os nossos segredos mais intimamente inconfessáveis.
Etiquetas:
Anais Nin,
di-vagando,
Henry Miller
agosto 30, 2009
Assim seja
Assim seja, Jasmim, como tu queres.
Persegues-me pela casa como se tomasses conta de mim.
Esperas-me à porta porque sei que sentiste a minha falta.
Sei que me escolheste, por isso eu também te escolhi a ti.
Velas o meu sono e eu sinto-me segura contigo a meu lado.
Obrigada, meu querido Jasmim. Ficaremos juntos para sempre.
Sim, para sempre. Não há outro conceito de tempo para mim.
Persegues-me pela casa como se tomasses conta de mim.
Esperas-me à porta porque sei que sentiste a minha falta.
Sei que me escolheste, por isso eu também te escolhi a ti.
Velas o meu sono e eu sinto-me segura contigo a meu lado.
Obrigada, meu querido Jasmim. Ficaremos juntos para sempre.
Sim, para sempre. Não há outro conceito de tempo para mim.
agosto 25, 2009
O'Neill
A proposta de leitura que a Menina Marota colocou AQUI foi esta:
A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
esta noite ou uma noite qualquer
A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde tudo recomeça.
(Poema de Alexandre O'Neill in "Rosa do Mundo- 2001 Poemas para o Futuro", pág.1635)
Não resisti a este belíssimo poema e comentei:
É isso mesmo que precisava encontrar agora:
"o jardim onde tudo recomeça".
E poder aí guardar a cor de uns olhos,
verdes ou não,
mas que fossem amêndoa
doce
no deserto.
A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
esta noite ou uma noite qualquer
A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde tudo recomeça.
(Poema de Alexandre O'Neill in "Rosa do Mundo- 2001 Poemas para o Futuro", pág.1635)
Não resisti a este belíssimo poema e comentei:
É isso mesmo que precisava encontrar agora:
"o jardim onde tudo recomeça".
E poder aí guardar a cor de uns olhos,
verdes ou não,
mas que fossem amêndoa
doce
no deserto.
agosto 23, 2009
GOLFINHOS - ROAZES DO SADO
A viagem terminava aqui. Já tinha visto golfinhos, já tinha estado muito mais perto deles, quase a tocar-lhes, mas esta viagem foi diferente.
A Bi, cadela mascote da Vertigem Azul, domina o espaço melhor do que ninguém e é uma companheira de viagem qual animadora sócio-cultural: também ela sabe saudar a tripulação dos barcos com que nos cruzamos. Nós acenamos, ela ladra!
Tivemos de esperar algum tempo até que os golfinhos resolvessem presentear-nos com a sua companhia.
Não sabemos por mais quanto tempo poderemos observá-los. O novo ferry para Tróia segue o mesmo percurso que eles, na viagem para o interior do rio.
Na zona onde eles pernoitam está a nascer uma marina desorganizada, sem qualquer controlo por parte das entidades competentes.
A marina do empreendimento turístico de Tróia tem barcos de grande porte e veleiros de todos os tamanhos.
As areias antes cheias de veraneantes de Setúbal, que se deslocavam para a praia a pé, no barco, estão vazias da gente pobre que labuta todos os dias e que agora, ou deixou de ir à praia, ou vai para a Figueirinha, que ficou repleta.
A sorte dos roazes do Sado será ditada pela suposta melhoria da qualidade de vida em Tróia e pela criação de alguns postos de trabalho.
Terá valido a pena?
Na zona onde eles pernoitam está a nascer uma marina desorganizada, sem qualquer controlo por parte das entidades competentes.
A marina do empreendimento turístico de Tróia tem barcos de grande porte e veleiros de todos os tamanhos.
As areias antes cheias de veraneantes de Setúbal, que se deslocavam para a praia a pé, no barco, estão vazias da gente pobre que labuta todos os dias e que agora, ou deixou de ir à praia, ou vai para a Figueirinha, que ficou repleta.
A sorte dos roazes do Sado será ditada pela suposta melhoria da qualidade de vida em Tróia e pela criação de alguns postos de trabalho.
Terá valido a pena?
Um obrigada à São que me acompanhou nesta antecipada viagem comemorativa das minhas cinquenta e duas primaveras. Vento no rosto, cabelos desalinhados e um azul que só existe aqui, num dia de sol e calor, num dia de contar apenas cada segundo, porque o futuro não interessa sabê-lo. Amanhã é sempre outro dia - que cliché mais gasto...
Rio Sado, 21 de Agosto de 2009
Rio Sado, 21 de Agosto de 2009
agosto 16, 2009
LIBERDADE DE PINTAR
Assim se chama este quadro de Vitória Biagiolli que descobri por mero acaso quando procurava uma imagem sobre o tema "pintar". E ainda bem que a descobri. Fiquei fã, tenho de lho dizer.
Eu também estou a pintar mas não é um quadro é uma mesa de cabeceira que aguardava por cuidados há anos e que hoje se sente muito feliz porque o seu dia chegou.
Estou a usar acrílico em pasta mas não gosto desta marca e não me lembro da outra, oh, não, que era em boiões. Continuam os blues e o Graça Moura não me sai da cabeça, o G.M. poeta, entenda-se, que não quero arranjar sarilhos a ninguém! Julgo ser um sinal para retomar alguma leitura sua, o que farei mais logo depois da sesta, oh, yeah.
Faço um intervalo para um café no Inter que está cheio de gente que não é daqui porque hoje é domingo, está calor, e todos querem ir para a praia menos eu. Mas a memória é traiçoeira, ai se é, e leva-me por caminhos sinuosos que não queria retomar agora mas paciência, não há como afugentar este pensar, oh, não, e acabo por ficar blue ao meio-dia de um domingo de verão.
Regresso a casa, não à pintura, mas a este diário de coisas sentidas. Uma catarse semi velada. Uma tentativa de me purgar.
Hoje será domingo?
Será que está mesmo calor lá fora?
Será que estou mesmo a pintar e só fui tomar um café ao Inter?
Poderei apagar o ficheiro de algumas memórias do meu disco rígido?
Que nome dar a esta sensação de vazio quando está tanta gente no supermercado a fazer compras para ir para a praia?
Ah, Vasco, tenho de te reler, oh yeah, e talvez enviar-te, por email, uma lágrima que me turva a visão do que há-de vir.
Eu também estou a pintar mas não é um quadro é uma mesa de cabeceira que aguardava por cuidados há anos e que hoje se sente muito feliz porque o seu dia chegou.
Estou a usar acrílico em pasta mas não gosto desta marca e não me lembro da outra, oh, não, que era em boiões. Continuam os blues e o Graça Moura não me sai da cabeça, o G.M. poeta, entenda-se, que não quero arranjar sarilhos a ninguém! Julgo ser um sinal para retomar alguma leitura sua, o que farei mais logo depois da sesta, oh, yeah.
Faço um intervalo para um café no Inter que está cheio de gente que não é daqui porque hoje é domingo, está calor, e todos querem ir para a praia menos eu. Mas a memória é traiçoeira, ai se é, e leva-me por caminhos sinuosos que não queria retomar agora mas paciência, não há como afugentar este pensar, oh, não, e acabo por ficar blue ao meio-dia de um domingo de verão.
Regresso a casa, não à pintura, mas a este diário de coisas sentidas. Uma catarse semi velada. Uma tentativa de me purgar.
Hoje será domingo?
Será que está mesmo calor lá fora?
Será que estou mesmo a pintar e só fui tomar um café ao Inter?
Poderei apagar o ficheiro de algumas memórias do meu disco rígido?
Que nome dar a esta sensação de vazio quando está tanta gente no supermercado a fazer compras para ir para a praia?
Ah, Vasco, tenho de te reler, oh yeah, e talvez enviar-te, por email, uma lágrima que me turva a visão do que há-de vir.
agosto 15, 2009
BLUES
Eu estava a ouvir blues porque hoje
acordei assim mesmo blue e saí para a rua
aberta aos passageiros do tempo, yes,
isso mesmo e cruzei-me com diversos
que me dizem estás bem oh yeah tens
óptimo aspecto. Continuava a ouvir blues
que me enchiam o vazio e achava que as
pessoas ou não viam bem ou não sabiam
ler os olhos que são o espelho da alma.
Um pouco de sombra colorida nas pálpebras
poderia tê-los enganado, sim, e verem o reflexo
do azul sulfato na minha boca que sorria.
Porque é bom, oh se é, dizerem-nos que estamos
bem ainda que as entranhas se emaranhem e se
sinta um enjoo aqui e além que não sabemos definir
mas que nos faz revirar o estômago, oh yeah.
Blues por blues fico com a música que enche
pequenos pedaços da casa e esqueço os passageiros
que me dizem tão bem de mim e eu sem saber.
Que venha a noite mais quente lavar-me a cara
oh, sim, e nem sombras nem sorrisos nem blues
para comentar.
Ficarei queda, muda, no canto onde a música
não chega a sentir as entranhas emaranhadas
e aquele vómito que se chama saudade, oh yeah,
do tempo em que os espaços estavam todos cheios
de uma coisa que se chama felicidade, oh,sim.
Nota: poema escrito a partir de "Blues pela morte de amor", de Vasco Graça Moura
acordei assim mesmo blue e saí para a rua
aberta aos passageiros do tempo, yes,
isso mesmo e cruzei-me com diversos
que me dizem estás bem oh yeah tens
óptimo aspecto. Continuava a ouvir blues
que me enchiam o vazio e achava que as
pessoas ou não viam bem ou não sabiam
ler os olhos que são o espelho da alma.
Um pouco de sombra colorida nas pálpebras
poderia tê-los enganado, sim, e verem o reflexo
do azul sulfato na minha boca que sorria.
Porque é bom, oh se é, dizerem-nos que estamos
bem ainda que as entranhas se emaranhem e se
sinta um enjoo aqui e além que não sabemos definir
mas que nos faz revirar o estômago, oh yeah.
Blues por blues fico com a música que enche
pequenos pedaços da casa e esqueço os passageiros
que me dizem tão bem de mim e eu sem saber.
Que venha a noite mais quente lavar-me a cara
oh, sim, e nem sombras nem sorrisos nem blues
para comentar.
Ficarei queda, muda, no canto onde a música
não chega a sentir as entranhas emaranhadas
e aquele vómito que se chama saudade, oh yeah,
do tempo em que os espaços estavam todos cheios
de uma coisa que se chama felicidade, oh,sim.
Nota: poema escrito a partir de "Blues pela morte de amor", de Vasco Graça Moura
agosto 11, 2009
agosto 10, 2009
SAUDADE
Ainda tenho saudades tuas ah se tenho
mas não te quero não te
vislumbro a passar a ombreira
da porta a cantares qual cigarra
de verão quente à minha
janela ah não porque o tempo tem
o dom de tratar destas coisas sofridas
mas da saudade ah essa saudade...
mas não te quero não te
vislumbro a passar a ombreira
da porta a cantares qual cigarra
de verão quente à minha
janela ah não porque o tempo tem
o dom de tratar destas coisas sofridas
mas da saudade ah essa saudade...
agosto 08, 2009
Leituras de Verão
Poemas, sempre. Lêem-se ao correr dos olhos e enchem-nos a alma.
Ânsia
Não me deixem tranquilo
não me guardem sossego
eu quero a ânsia da onda
o eterno rebentar da espuma
As horas são-me escassas:
dai-me o tempo
ainda que o não mereça
que eu quero
ter outra vez
idades que nunca tive
para ser sempre
eu e a vida
nesta dança desencontrada
como se de corpos
tivéssemos trocado
para morrer vivendo
Novembro 1981
Paralelamente, Henry Miller.
Dias Tranquilos em Clichy é a evocação nostálgica e poderosa dos anos em que Henry Miller viveu em Paris, uma época que viria a ter uma influência determinante na sua vida e em toda a sua obra. São os anos em que Miller é ainda um escritor jovem e obscuro, que celebra o amor, a arte e a vida boémia na cidade que, mais do que qualquer outra, o inspira.
Ânsia
Não me deixem tranquilo
não me guardem sossego
eu quero a ânsia da onda
o eterno rebentar da espuma
As horas são-me escassas:
dai-me o tempo
ainda que o não mereça
que eu quero
ter outra vez
idades que nunca tive
para ser sempre
eu e a vida
nesta dança desencontrada
como se de corpos
tivéssemos trocado
para morrer vivendo
Novembro 1981
Paralelamente, Henry Miller.
Dias Tranquilos em Clichy é a evocação nostálgica e poderosa dos anos em que Henry Miller viveu em Paris, uma época que viria a ter uma influência determinante na sua vida e em toda a sua obra. São os anos em que Miller é ainda um escritor jovem e obscuro, que celebra o amor, a arte e a vida boémia na cidade que, mais do que qualquer outra, o inspira.
agosto 06, 2009
Interlúdio
Aquele que profanou o mar
E que traiu o arco azul do tempo
Falou da sua vitória
Disse que tinha ultrapassado a lei
Falou da sua liberdade
Falou de si próprio como de um Messias
Porém eu vi no chão suja e calcada
A transparente anémona dos dias.
(Sophia de Mello Breyner Andresen in “No Tempo Dividido e Mar Novo”, p. 67)
E que traiu o arco azul do tempo
Falou da sua vitória
Disse que tinha ultrapassado a lei
Falou da sua liberdade
Falou de si próprio como de um Messias
Porém eu vi no chão suja e calcada
A transparente anémona dos dias.
(Sophia de Mello Breyner Andresen in “No Tempo Dividido e Mar Novo”, p. 67)
agosto 01, 2009
julho 30, 2009
DIAS AZUIS
julho 23, 2009
Apartados
Mil passos serão percorridos até que o tempo nos aproxime. Caminharemos sobre as águas, como se fôssemos figuras etéreas com asas transparentes. Porque os oceanos separam, mas não apartam, haverá um ponto de colisão, um dia, uma hora, um segundo, que farão parte da eternidade. E um clarão será visto na cidade, erguendo-se por entre as casas velhas. E as pessoas vão deixar cair lágrimas vivas dos seus olhos, porque amar é mesmo assim.
Mil passos sobre as águas e um dia seremos chama sobra a cidade.
Mil passos sobre as águas e um dia seremos chama sobra a cidade.
julho 19, 2009
julho 17, 2009
julho 13, 2009
Rendilhado
julho 07, 2009
julho 06, 2009
julho 03, 2009
Contrastes de Verão
O ser português remete-nos inevitavelmente ao Mar, ao Ar e finalmente à Terra, ponto de partida e chegada de qualquer viagem iniciada.
Está no ADN das lusitanas gentes desde imemoráveis tempos, resultado de ocupações, invasões, colonizações, entre outras coisas terminadas em “ões”, que enriqueceram nossa capacidade de sonhar, ao ponto de pouco mais fazermos que isso mesmo. SONHAR.
Daí a ideia de trazer ao Second Life essas três quase míticas realidades.
O Mar, a Terra e o Ar.
No seio de uma sociedade que se pretende moderna, apesar de afastada das metas europeias, definida por todos os políticos e governantes, os cidadãos podem dar-se ao prazenteiro luxo de os desfrutar como seus, ainda.
O Mar, O Ar e a Terra.
António efe aka R.M.
Está no ADN das lusitanas gentes desde imemoráveis tempos, resultado de ocupações, invasões, colonizações, entre outras coisas terminadas em “ões”, que enriqueceram nossa capacidade de sonhar, ao ponto de pouco mais fazermos que isso mesmo. SONHAR.
Daí a ideia de trazer ao Second Life essas três quase míticas realidades.
O Mar, a Terra e o Ar.
No seio de uma sociedade que se pretende moderna, apesar de afastada das metas europeias, definida por todos os políticos e governantes, os cidadãos podem dar-se ao prazenteiro luxo de os desfrutar como seus, ainda.
O Mar, O Ar e a Terra.
António efe aka R.M.
Mostra de Photo Real em ambiente Virtual (Second Life)
“espaço” TRIPÉ _ Praça das Flores, nº 7
Portucalis
“espaço” TRIPÉ _ Praça das Flores, nº 7
Portucalis
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